BRASÍLIA - Um dos
principais executivos da empreiteira Delta Construções, Carlos Pacheco, teria
mantido contato com o contraventor Carlos Cachoeira, preso pela operação Monte
Carlo, da Polícia Federal. Segundo reportagem da revista "Época", nas
bancas nesta sexta-feira, Pacheco teria chegado a Cachoeira por intermédio de
um dos funcionários da empresa, o diretor Cláudio Abreu.
Pacheco é
identificado pela Polícia Federal e por Cláudio Abreu, em gravações, como o
"chefe", mencionado em algumas conversas da organização. Segundo a
reportagem, em uma gravação do dia 1º de junho do ano passado, Abreu e
Cachoeira tentam marcar uma reunião entre o senador Demóstenes Torres (sem
partido-GO) e Pacheco, em Goiânia. A polícia acredita que eles tratavam de um
negócio envolvendo uma subsidiária de uma grande construtora.
Na gravação,
Cláudio Abreu pede a Cachoeira para confirmar com Demóstenes o horário da
reunião, e Cachoeira cobra de Abreu pagamentos atrasados de Pacheco. Abreu
propõe a Cachoeira que Pacheco se torne sócio do bicheiro num empreendimento
relacionado ao programa habitacional Minha Casa Minha Vida, do governo federal.
Comenta que viajará com Pacheco no avião de Cachoeira.
Em outro
diálogo, Abreu pergunta se Cachoeira quer "encontrar com o chefe".
Cachoeira pergunta se é com o "governador". Abreu diz "com o
Fernando". Segundo a PF, trata-se de Fernando Cavendish, o dono da Delta.
O
ex-vereador de Goiânia Vladmir Garcez (PSDB) foi preso na operação Monte Carlo
por ser um dos principais assessores de Cachoeira na organização criminosa.
Garcez é investigado pela PF como outro elo entre a cúpula da Delta e os
negócios conduzidos por Abreu e Cachoeira.
A Delta é a
empresa que mais fechou negócios com o governo federal dentro do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC). A reportagem de "Época" aponta que,
de acordo com a PF, cerca de R$ 39 milhões saíram dos cofres da Delta para
empresas fantasmas controladas por Cachoeira.
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