Os áudios da PF indicam que seria a seção goiana do Partido Renovador
Trabalhista Brasileiro (PRTB), cujo presidente nacional Levy Fidelix é
citado em diversas escutas.
As conversas sobre a compra do partido começam em maio de 2011, quando
Cachoeira questiona um aliado sobre a direção da legenda em Goiás. A
ideia era tirar do cargo Santana Pires, presidente regional da sigla.
Dois dias depois, o contraventor pede a Wladimir Garcêz que envie uma
mensagem para alguém, cujo codinome entre o grupo é "nosso maior",
questionando se valia a pena "pegar" o PRTB.
A PF identificou que o sargento aposentado da Aeronáutica, Idalberto
Matias Araújo, o Dadá, também fazia parte da negociação. Em um grampo,
Dadá diz a Cachoeira que falou com o advogado (possivelmente do partido)
e que ele teria pedido R$ 300 mil. "Já aumentou aquele valor que falei
para você. Falou que era R$ 200 mil, passou para R$ 300 mil", diz Dadá.
"Tá roubando. Que garantia que tem?", pergunta Cachoeira. "Disse que faz
na hora. O presidente vem e faz tudo e vai para o TRE. Resolve tudo",
explica o araponga.
Cachoeira então quer saber quanto custa a manutenção anual do partido e
Dadá diz que ele não falou sobre o assunto. "Falou que fica com o
Estado todo na mão e nomeia os municípios." Cachoeira anima-se e diz que
é para fechar o negócio por R$ 150 mil: "Até R$ 200 mil dá para fazer.
Fecha logo, mas tem que ter garantia".
Segundo a PF, em agosto o grupo continuava discutindo o assunto. No
início do mês, Dadá liga para Cachoeira perguntando se ele ainda estava
interessado "naquele negócio do partido?" Ele confirma e pergunta qual
era a legenda. Dadá responde que é o mesmo partido do Levy, o PRTB.
No dia 11, Cachoeira liga para Dadá e questiona: "E o negócio do
partido lá, o que deu?". O araponga responde: "Uai, tá naquele lenga,
lenga, o cara quer, tá lá em São Paulo, hoje mesmo ligou, querendo os
nomes, mas eu sugeri aquilo que você me falou, ‘ó meu irmão, é, vamos
visitar lá o 01 do Estado’, aí ele falou ‘não’, que ele ficou de ver com
o cara o seguinte: se a gente mandasse um emissário nosso com os nome e
se lá o cara quiser trazer a nominata, beleza, entendeu?. Agora
entregar os nomes e pegar a nominata no outro dia, eu falei que não tava
certo. Aí ele ficou de ver lá com o Levy Fidelix, pra ver se fazia
assim, pra mim te falar e mandar mensageiro lá, mandar o negão lá com
esses nomes".
Cachoeira mostra-se satisfeito com a resposta e pede que Dadá verifique
o andamento das negociações. Três dias depois, Dadá informa que levaria
os nomes para o pessoal do partido. Cachoeira insiste para que o
araponga marque uma conversa com Fidelix para "desenrolar" o assunto. As
investigações não revelam se a negociação prosperou.
O Estado tentou falar com o Levy Fidelix, ontem. Porém, ele não foi localizado.
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