domingo, 6 de janeiro de 2013

Mineração e indústria aquecem Catalão


As imensas jazidas de titânio, nióbio e fosfato abertas no solo de Catalão, são um reflexo do avanço da nova fronteira do agronegócio brasileiro. A cidade de 90 mil habitantes viu seu Produto Interno Bruto (PIB) crescer 478% em dez anos até 2010. No período, o valor do PIB per capita saltou para R$ 45,8 mil, superior ao de São Paulo (R$ 39,5 mil).
O desempenho se deve à indústria, responsável por metade do PIB de R$ 3,97 bilhões em 2010, e pela extração mineral. Esses setores, por sua vez, são movidos pelas demandas da agricultura. O fosfato é exemplo disso. Utilizado para produzir fertilizantes, atraiu duas gigantes da área para Catalão. Lá, a Vale possui um complexo focado na extração mineral e na produção de compostos químicos.
Com área de 2.600 hectares (o equivalente a 2.600 campos de futebol), emprega 1.500 profissionais e tem capacidade para produzir 1 milhão de toneladas de rocha fosfática ao ano. Já a britânica Anglo American, por meio da Copebrás, também explora o fosfato na região e emprega 900 de seus 1.300 funcionários. Chega a produzir 1,3 milhão de toneladas de concentrado de fosfato por ano.
A localização do município, a 100 km de Uberlândia (MG) e 260 de Goiânia, ajuda a escoar a produção. “A localização é estratégica, pois no Centro-Oeste é produzida a maior parte dos grãos e do gado do País. De lá a Copebrás abastece a crescente agroindústria regional e nacional”, diz Ruben Fernandes, presidente dos negócios de Fosfato e Nióbio da Anglo American.
Já o concentrado feito pela Vale em Catalão segue via ferrovia até o porto de Paranaguá (PR) ou é escoado por minerodutos. As gigantes levam para a região empresas como a Ultrafértil, que faz o beneficiamento de minério fosfatado. O rico subsolo de Catalão também possui jazidas de titânio, urânio e terras-raras – elementos minerais de difícil obtenção porque estão muito dispersos pela crosta terrestre.
Ampliação
Em dez anos, Catalão se firmou também como polo industrial. A oferta de mão de obra abastece os fornecedores de máquinas e equipamentos – são cerca de 50 empresas instaladas no distrito industrial da cidade. Também para aproveitar a boa localização, a John Deere se instalou na cidade em 1999 para produzir colhedoras de cana e pulverizadores.
Nos últimos dois anos, a empresa investiu R$ 60 milhões em ampliações. “É uma das fábricas mais modernas do mundo na produção desse tipo de equipamento”, afirma Leo Marobin, gerente da fábrica, que tem 660 empregados.
Além da logística, o clima – que ajuda na produção de sementes de alta qualidade – influiu na escolha da DuPont Pioneer do Brasil. A unidade na cidade foi inaugurada em novembro passado. Deve começar a operar neste mês com capacidade para processar 2 milhões de sacas de 40 quilos ao ano.
Segundo Roberto de Rissi, diretor da unidade, foram investidos US$ 62 milhões na instalação da fábrica. A Pioneer vai quase duplicar a capacidade atual de produção no Brasil, concentrada em Planaltina (DF). “É a maior e mais moderna unidade de beneficiamento de sementes de soja da empresa no mundo”, diz Rissi.
Mitsubishi
Também presente no distrito, a montadora Mitsubishi emprega 2.700 funcionários. A empresa passa por um processo de ampliação que consumirá R$ 1,2 bilhão em investimento. O dinheiro será gasto na construção de uma fábrica de motores, na instalação de uma nova área de pintura, na ampliação da linhas de montagem e na modernização da produção. No primeiro semestre, deve passar a montar na cidade o modelo ASX. Outros dois virão ainda neste ano.

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