Após instaurar inquérito para apurar eventual favorecimento à Delta pelo
governo do Tocantins, o Ministério Público do Estado abriu ontem
investigação para verificar contratos da gestão com outra empresa, a
Construtora Rio Tocantins.
A construtora, com sede em Araguaína (TO), pertence ao empresário
Rossine Aires Guimarães, apontado pela Polícia Federal como sócio de
Carlinhos Cachoeira, acusado de liderar uma máfia que explorava jogos
ilegais.
Segundo a PF, Rossine também manteve contato com Cláudio Abreu, então
diretor da Delta no Centro-Oeste, a quem fez vários empréstimos, e com
outros membros da suposta quadrilha.
Nas investigações, ele também é descrito como financiador de campanhas
eleitorais --doou legalmente R$ 4,3 milhões para comitês do PSDB e PMDB
nas eleições de 2010, segundo dados do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral).
Os contratos da Construtora Rio Tocantins com o governo do Estado somam
cerca de R$ 235 milhões e foram feitos de 2008 a 2011, nas gestões de
Marcelo Miranda (PMDB), Carlos Gaguim (PMDB) e Siqueira Campos (PSDB).
A maior parte dos contratos é de recuperação de rodovias. Cerca de 60%
destes pagamentos ocorreram na gestão de Gaguim, de quem Rossine é sócio
na BPR Empreendimentos. Gaguim diz que acelerou as obras devido a
protestos populares por melhorias nas estradas.
O governo atual, de Siqueira Campos, diz que apenas seguiu o cronograma
de pagamentos firmado em 2010. Miranda nega irregularidade. "Quando fui
governador, a empresa do 'seu' Rossine fez todas as obras", disse.
FAZENDA GAMA
Rossine, como é conhecido no Estado, é tido como sócio de Cachoeira na
Ideal Segurança. Também foi um dos compradores, junto com Cachoeira e
Abreu, de área de mais de 4.000 hectares no Distrito Federal, conhecida
como Fazenda Gama.
Conversas telefônicas interceptadas pela PF mostram que Cachoeira
negociou propina no Incra para regularizar a área. As gravações mostram
que Rossine foi avisado do esquema.
fonte:folha.com
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